Danças do Brasil
Antes de falar sobre danças regionais brasileiras e outras manifestações, faz-se necessário explicar o folclore, termo criado em 1846, pelo arqueólogo inglês William Thoms que significa saber popular.
Origens da Dança folclórica Brasileira
é relativamente recente, resultando do encontro de tradições culturais diversas pricipalmente as de influência européia, africana e nativa. A influência indígena e negra aumenta ou diminui, conforme a região e, por isso, apresenta uma grande diversificação regional.
O papel da igreja católica
A igreja Católica desempenhou importante papel no processo de formação de um folclore brasileiro, criando acompanhamentos religiosos de contos, músicas e danças indígenas que acabaram se desligando da Igreja e até hoje persistem criando cortejos com dança e representações de vários tipos como: a congada, o reisado, maracatu, bumba-meu-boi, samba de roda, frevo, candomblé, afoxé, caboclinho, maculelê, capoeira, maxixe, samba, xaxado, fandango, carimbo e danças Indígenas.
As principais danças do Brasil
O Reisado O maracatu Maracatu cearense Cabaçais do Cariri O nome cabaçal é pejorativo, em virtude de a caixa, o zabumba e os pífaros – seus instrumentos básicos – fazerem um ruído semelhante a muitas cabaças secas entrechocando-se. São dança e música, de ritmo forte, tanto que os cabaçais eram também chamados de “esquenta mulher”, porque, à sua chegada ou passagem, o mulheril se afogueava... Torém Coco Pau-da-bandeira
|
Vaquejada
A princípio, o termo vaquejada era a reunião do gado das fazendas, para as castrações, a ferra, o tratamento das possíveis bicheiras. E das apartações. Para tanto havia a derrubada do boi. As fazendas, nos tempos mais modernos já não juntam tanto gado. Mas o espetáculo continua. Há vaquejadas em muitos municípios, em parques construídos para tal, inclusive em Fortaleza.
Maneiro-pau
É dança oriunda do cangaço, possivelmente da região caririense, mas hoje tomando parte de todas as programações festivas do interior do Ceará. Todos os participantes cantam sob o refrão que dá o nome ao folguedo – maneiro-pau! Dançam todos em roda, com os cacetes que portam, batem-nos fortemente no chão, de forma ritmada. De quando em vez, enquanto uns depõem os cacetes no chão, outros usam-nos para duelarem entre si, fazendo-o cadenciadamente.
Pastoril
São encenações dos dramas litúrgicos, popularizados, das festas natalinas. Processam-se com vários atos, chamados "jornadas", começando com a presença do anjo anunciando a concepção de Maria. Aparece a Estrela-Guia, com a divisão sempre entre o azul e o encarnado.
Tiração de reis
Aqui estou em vossa porta... / em figura de raposa, em figura de raposa / nós queremos qualquer coisa... Cantando assim, grupos de pessoas, no Dia de reis - 6 de janeiro - percorrem as cidades, ao som de instrumentos musicais, pedindo prendas e comes-e-bebes das famílias conhecidas em meio a grande dosagens de bebidas. Há famílias que abrem as portas para confraternizarem com aqueles que estão "tirando reis".
Caninha Verde
Dança-cordão de origem portuguesa, introduzida no Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar. No Ceará começou a ser conhecida no início do presente século, nas praias de Aracati e passou a ser comum nas colônias de pescadores, estendendo-se aos festejos mominos e eventos diversos.
Dança de São Gonçalo
Como parte integrante da bagagem cultural do colonizador lusitano, a dança que integrava o culto a São Gonçalo do Amarante, bastante popular em Portugal, foi introduzida no Brasil, sendo, talvez, um dos ritmos mais difundidos do catolicismo rural brasileiro. No município de São Gonçalo do Amarante (Ceará) a dança é realizada durante a festa do santo padroeiro e apresentada em nove jornadas, num ambiente de muita fé e animação. São Gonçalo é o protetor dos violeiro e das donzelas casamenteiras.
Bumba-meu-boi
É uma representação folclórica típica de norte a sul do Brasil. É considerado mais importante no Maranhão. Constitui um autor popular ligado á vida no campo, em que si conta, com variações, músicas, ritmo e indumentária característica.Samba de Roda
Dança de origem africana, que faz evoluções em um círculo. Muito praticado na Bahia e no Rio de Janeiro, parece um baile ou ar livre, do qual todos podem participar se movimentando à vontade, desde que convidados por uma umbigada.
Frevo
Uma das danças mais contagiantes e brejeiras do folcóre nacional. Sua música é inspirada num misto de marcha rápida e polca. A comunicabilidade da música é encantadora, o que torna o frevo uma dança de multidão.
Candomblé
Cerimônia religiosa de origem Bantu, na qual são evocados os Orixás através de batidas de atabaque. A ordem de chamada dos deuses varia em cada terreiro, mas sempre se inicia por Exu - o mensageiro dos deuses - e termina com Oxalá - o Senhor do Céu. Cada divindade recebe, no minimo, três cânticos com danças que representam suas histórias e mitos.
Afoxé
Cortejo de rua que normalmente sai no carnaval. As melodias, quase todas em Yorubá, são puxadas em solo e repetidas em coro. Tem sua fundamentação nos preceitos religiosos ligados ao culto dos Orixás. Sua maior representação se apresenta nos festejos carnavalescos de Salvador, na Bahia, onde grupos de afoxés conseguem arrastar multidões de foliões.
Caboclinho
Considerada uma das mais aprimoradas danças do Nordeste, com partes coreográfadas - conhecidas por "manobras" - que exigem muita agilidade e habilidade de execução. As danças, ricas em mímicas, ora simulam lutas guerreriras, ora rituais de caça ou trabalhos agrícolas dos indígenas. A dança se faz presente em algumas das principais capitais do Nordeste e também tem grande força no interior.
Maculelê
Dança pertencente ao folclore da Bahia representa uma luta em que os homens, providos de um bastão ou facão, fazem com que estes se cruzem com uma batida que obedece ao ritmo marcado pelo acompanhamento musical.
Capoeira
Jogo embalado por som de berimbau e pandeiro, com características de luta, em que os adversários não se agarram, mas desferem uma sucessão de golpes com os pés, experimentando a guarda do oponente, de forma bastante acrobática. Sua origem vem dos quilombos, onde os negros desenvolveram sua movimentação como defesa pessoal e mesmo para atacar os inimigos, a partir da imitação de animais como gatos, macacos, cavalos, cobras ou aves. É hojé uma dança difundinda nas principais capitais brasileiras e uma das mais conhecidas e praticadas no exterior.
Maxixe
O maxixe era uma dança extremamente sensual em seus requebros, repudiada durante muito tempo pelos salões burgueses que só a aceitaram depois, com reservas, porém impondo uma discreta figuração do ritmo. O primeiro compositor brasileiro a estilizar o ritmo do maxixe foi o pianista Ernesto Nazareth (1863 - 1934). Como dança o maxixe morreu ao longo da década de 1930 e, como canção, um pequeno exemplo contemporâneo foi dado em 1968, quando Chico Buarque de Holanda aproveitou seu ritmo na Segunda parte do samba "Bom Tempo", segundo colocado na I Bienal do Samba da TV-Record. O maxixe chegou a ser estilizado e lançado como dança pelo coreógrafo americano Hermes Pan, no filme "Voando para o Rio". (1934).
Samba
Como dança, tem suas origens possivelmente em Angola e no Congo e foi trazida para o Brasil pelos escravos destas regiões. O nome supõe-se, seja proveniente da palavra sembe que era a umbigada, ponto culminante da dança. Era inicialmente dançado nos terreiros das senzalas, à noite, após o dia de labor dos escravos. Primeiramente foi difundida no Maranhão e Bahia, chegou ao Rio de Janeiro em fins do século XIX. Era uma dança coreográfica com ritmo compassado marcado com batidas de pé e animada por violentos sons de percussão, e somente a partir da primeira década do século XX passou a ter um aproveitamento estilizado. Depois da abolição, os negros se espalharam pelas cidades mas continuaram com seus usos e costumes. São muitas vezes divergentes as teses sobre o surgimento dos primeiros sambas, mas a maioria dos pesquisadores inclina-se pela notícia de que foi na rua Visconde Itaúna, 117, Rio de Janeiro, na chamada "Casa de tia Ciata", uma velha baiana, em animadas reuniões musicais, que surgiram as primeiras composições.
Xaxado
É ao grupo de Lampião, o Rei do Cangaço, que se deve o fato de todo o Nordeste conhecer o Xaxado. Essa dança sertaneja marca a época em que os "cabras machos" afrontavam a polícia com um canto chamado "parraxaxá".
Da dança do Xaxado, os cangaceiros fazem de seus rifles suas damas e, em fila, seguem, sem volteios, arrastando suas alpargatas pelo chão. Avançando com o pé direito em três ou quatro movimentos laterais e puxando, em seguida o pé esquerdo, produzem o "xá, xá, xá" das alpargatas (cuja onomatopéia deu origem ao nome Xaxado), fazendo o acompanhamento originário do som da viola. Tudo resulta em um bailado rápido e vigoroso.
A música é simples e de fácil aprendizado. No início, era executada sem acompanhamento instrumental. Hoje, no entanto, há a sanfona, o zabumba e o triângulo.
Fandango
Introduzido no Brasil e adaptado aos gostos e características de cada região, é particularmente apreciado no Nordeste e nos estados do Sul. De requintada estética e elegância, o grande efeito cênico de suas diversas coreografias locais fez o fandango uma das danças mais admiradas do folclore brasileiro.
Carimbó
Dança e música típicas do Pará. Seu principal instrumento é o que lhe empresta o nome: um tambor feito de tronco cavado com um couro de veado bem esticado, onde seu tocador se senta e bate com as duas mãos. Sua coreografia se caracteriza com dança de roda que reúne homens e mulheres que se movimentam acompanhando as notas da música, bem como seu ritmo.
Danças Indígenas Segundo a professora Eliane Potiguara, Diretora Consultiva do Grupo Mulher e estudiosa das manifestações indígenas, a dança é para os índios uma das maiores, se não a maior expressão de espiritualidade. É através dela que a maioria dos povos entra em contato com seus ancestrais.